terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Negação da negação

O tempo vem pra cima
Com sol e lua
Com compromissos e paixões
Com ironia e sarcasmo
Com correspondências e desilusões
Com respiração mitocondrial
Com whisky 12 anos...
E eu já com quantos?


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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Guerra de Travesseiro

Sinto falta do perfume da sua nuca
Entrou dentro da minha cuca
Fez minha sombra dançar.
E quando vem uma lembrança
Alimenta a esperança
De um dia te encontrar.
E você veio me visitar
Com muitas coisas pra contar
Fiz de um Miojo um nobre jantar.
E na hora de comer, dispensei a etiqueta
Pendurei sua jaqueta
Lua cheia pra completar.
De meus desenhos eu fiz arte,
De teu corpo uma obra à parte
De minhas palavras eu fiz versos
E com você, eu fiz sucesso.
Nossas guerras de travesseiro
Nossas farras no chuveiro
Você é dama e eu cavaleiro
Cavalgamos o dia inteiro...


Mulher igual você
Não encontro nunca
Pode ser numa espelunca
Mas nós vamos nus casar.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Raio-X

A radiografia é uma foto
Eletromagneticamente seletiva
Onde seus amigos não estão incluídos.
Enjoy yourself.

Ou deixe tudo com o Superman.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Investidor de Risco

Tem mulher aí comprando minhas ações
E investindo em meus ativos amorosos.
Às vezes vejo meu castelo ruir,
Mas em tempos de crise licenciosa
Devasso descobri que o importante mesmo
É a Felicidade Interna Bruta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pelado de existência

Fulgurou na minha frente
Me mostrando os seus dentes feios
Num sorriso falso e maquiado de dinheiro.
Fedia a nota de um real.
Arriscou um diálogo.
Soquei com meus pensamentos,
Até falar chega,
Sua cara de palhaço.
Botei fogo na sua fantasia de bolinhas
Com o calor da minha presença.
Não sobrou nada
Só um triste garotinho
Espantado com o vazio de si mesmo
Pelado de sua própria existência

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Pet Trip

Na noite
Sentado sobre as patas traseiras,
Um vira-lata olhava para a parede vermelha, petrificado.
Olhei pra ele e pra parede, e não via sentido algum.
Parecíamos todos perplexos,
Eu, o vira-lata, e a parede vermelha.
Chamei ele pro afago
Mas ele não deu bola;
Olhava em minha direção mas não para mim.
Insisti em chamar a atenção do cachorro
Que inclinou a cabeça pra baixo
Observando absortamente
A produção inesperada de sua primeira obra de arte:
Pingados de seu focinho
Pintavam a calçada com círculos vermelhos imperfeitos.
A ampulheta estava virada.
Desabou no passeio em espasmos suaves.
Seu maxilar ja estava enxarcado
E o fio de sangue que escorria de sua boca quebrada
Desenhava alí os ultimos vestígios
De sua atropelada existência animal.




*Dedicado a Gustavo Lucas (poeta excepcional) e o seu blog (também excepcional) República do Pensamento.